Bacia do Prata e a integração territorial no Mercosul


A Bacia Platina é a segunda maior bacia hidrográfica do planeta, com 1.397.905 km². Ela se estende pelo Brasil, Uruguai, Bolívia, Paraguai e Argentina. Possui 60,9% das hidrelétricas em operação ou construção do Brasil. É constituída pelas sub-bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai.
Esta bacia está intimamente ligada ao processo regional de formação do Mercosul. Território nativo dos índios guaranis, o Prata foi palco de disputas entre portugueses e espanhóis desde o início da colonização. Depois do índios, a Bacia foi ocupada por jesuítas, e posteriormente, pelos bandeirantes, que em busca de trabalho escravo, avançaram no território e traçaram os contornos básicos dos seus limites internacionais. Nesse contexto, a Bacia do Prata foi o teatro de guerra, onde se fizeram, e desfizeram, os estados nacionais que, mais tarde, vão integrar o Mercosul.
Mais do que o local onde se desenvolveram as concepções geopolíticas dos militares brasileiros e argentinos, o Rio da Prata e seus principais formadores: o Paraguai, Paraná e o Uruguai desempenharam decisivo papel geoeconômico, pois além de cederem sua toponímia para países, estados e províncias, a vasta rede fluvial abriu vias para a circulação mercantil no interior do Cone Sul da América e garantiu a oferta de energia necessária para a industrialização de suas principais economias: o Brasil e a Argentina.
É nesse contexto, que os rascunhos do Mercosul podem ser buscados no Tratado da Bacia do Prata, assinado no Rio de Janeiro em 1969, onde além da gestão da bacia propriamente dita, foi previsto o aperfeiçoamento das interconexões rodoviárias, ferroviárias, fluviais, aéreas, elétricas e de telecomunicações.
Guia do Estudande

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