Mapa; evolução Sionista em Gaza a partir de 1948.


''Os ''israelenses'' são o povo nativo daquela região desde antes da época do Império Romano quando foram expulsos, portanto tem o direito de matar e expulsar todos que ali vivem hoje para ''reaver'' algo que sempre foi seu'', assim dizem alguns.

Mas porque isso não faz sentido? Primeiro: judeus da diáspora não tem conexão com aquela terra senão um legado religioso auto afirmado e parcialmente genético, sua grande maioria é europeia. E analisando por este sentido, cristãos também o tem, pois sua religião e primeiros seguidores começou ali, e era inclusive o argumento utilizado nas Cruzadas para posse da Terra Santa (''A terra por onde nosso deus caminhou e foi crucificado'', ironicamente os cruzados europeus também se consideravam o "Israel bíblico'' ou "povo escolhido'' quando fundaram ali seu estado). E da mesma forma os palestinos, que são os descendentes de todos os povos que passaram por aquela terra, hoje culturalmente árabes, porém etnicamente tão antigos quanto os cananeus pré-hebraicos. 

Ligar o Israel bíblico com o moderno Estado criado em 1948, sem falar nas teorias genéticas para justificar eugenia, é somente o exemplo de uma grande salada anacrónica, que quer te fazer acreditar o rei Davi e o David de Manhattan são a mesma pessoa. 

Mas esqueça o espaço de 2 mil anos que separa um hebreu bíblico de um ucraniano ou polonês que se declara judeu nos EUA e tem ''o direito por lei'' israelense de expulsar uma família palestina para viver em Israel ''que sempre foi sua''. 

Se um brasileiro fizer um teste genético e descobrir que há 800 anos atrás seus antepassados viviam na Antuérpia, ele pode alegar direito a não só migrar para a Bélgica, como criar ali um Estado as custas do morticínio da população local alegando ancestralidade? É um argumento meio ridículo, não? E principalmente quando se trata de uma ancestralidade religiosa, algo de completo foro pessoal do individuo. Mas é justamente o argumento israelense.

E mesmo se tempo de permanência continua for utilizado como ''usucapião histórico'' para legitimar uma causa, então calculemos: tempo da etnia hebreia na Terra Santa: de aprox. 1500 a.C. a 70 d.C dá uns 1500 anos de História ininterrupta. Já a presença árabe começa quando os romanos provocam a diáspora judaica e as populações locais do entorno da província da Judeia, coletivamente conhecidos como árabes, começam a lá se estabelecer, ou seja, de 70 d.C até os dias de hoje o que dá uns 1900 anos de História Ininterrupta. Pela matemática 1900 é mais tempo do que 1500, e não há argumentação ''bíblica'' que refute a matemática. Mapa; evolução Sionista em Gaza a partir de 1948.

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