Instituto de Geografia e História Militar do Brasil.
Nosso Instituto nasceu no Clube Militar, fruto do idealismo de intelectuais da Marinha e do Exército, por iniciativa do Capitão de Infantaria Severino Sombra de Albuquerque. Foi criado em 7 de novembro de 1936, em sessão solene, no salão nobre da antiga sede da Avenida Rio Branco, Rio de Janeiro, com a denominação de Sociedade Militar Brasileira de História e Geografia. Todavia, logo a seguir, na ata da segunda sessão preparatória, datada de 12 de dezembro desse mesmo ano, figuraria como Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (IGHMB), nome que até hoje conserva e que melhor expressa o propósito de seus fundadores.
As sessões preparatórias totalizaram cinco – incluindo a solene de fundação – e se destinaram a conformar a nova instituição para o seu pleno funcionamento, sendo a última a de 20 de abril de 1937. A quarta dentre elas, a de 1° de abril, já informava sobre as tratativas para obtenção de uma sede própria e sobre a aquiescência do Ministro da Guerra, General-de-Divisão Eurico Gaspar Dutra, em ceder ao Instituto, com essa finalidade, o pavimento superior da Casa Histórica de Deodoro, então ocupada pelo Comando de Artilharia Divisionária.
O Instituto funcionou no Clube Militar até as vésperas da demolição que daria lugar à construção de sua nova sede social, iniciada em 5 de agosto de 1941. Nele realizou a primeira sessão ordinária, dia 2 de novembro de 1938, cuja ata registra a encomenda, a José Wasth Rodrigues, do desenho de um emblema para ser comparado com os apresentados pelo sócio Tenente João Egon Prates da Cunha Pinto e o Sr. Luiz Loureiro, Chefe do Gabinete Fotocartográfico do Estado-Maior do Exército, de que resultaria a nossa insígnia. Ali foi realizada a eleição e a posse da primeira diretoria e dos primeiros sócios, escolheu-se os patronos, elaborou-se e aprovou-se o primeiro Estatuto e foi composta a primeira Revista do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil.
Impossibilitado de ser acolhido no Ministério da Guerra, inconclusa que estava ainda a construção do atual Palácio Duque de Caxias, teve o Instituto que recorrer ao seu co-irmão, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), aonde encontrou guarida, a partir de 1941, no antigo Silogeu Brasileiro, à Avenida Augusto Severo, esquina com a Rua Teixeira de Freitas.
De 1946 a 1970, passou a funcionar em dependência da Bibliotheca Militar, hoje Biblioteca do Exercito, na Ala Marcílio Dias do Palácio Duque de Caxias. As instalações que lhe foram, de bom grado, destinadas estavam longe de atender às suas aspirações. Por isso, ele continuou procurando opções que pudessem levá-lo à sonhada sede própria. Nesse sentido, a ata da sessão de 8 de maio de 1956 fala sobre a possibilidade de se conseguir uma subvenção permanente de modo a custear o aluguel de um espaço no edifício que o IHGB se propunha construir e, em parte, sublocar; a da sessão de 7 de novembro fala sobre a petição da Casa de Osório para a sede pretendida e, a de 18 de outubro de 1962, sugere que se voltasse a pleitear a Casa de Deodoro paralelamente à de Osório. Nada, entretanto se concretizou. A subvenção jamais conseguida e as condições físicas das Casas cogitadas, não encontrando quem lhes financiasse a imprescindível restauração, inviabilizaram as opções aventadas.
Com a desocupação do Palácio Monroe pelo Senado Federal, o Instituto pensou ter encontrado a sede procurada. E, em condomínio com o Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA), aí permaneceu no quarto andar, de 1970 a 1974.
Voltou então o Instituto a ter que se hospedar no IHGB, agora instalado na sede que construíra e inaugurara a 5 de setembro de 1972. Neste local ficou até 1976, quando o Ministro do Exército, General-de-Exército Silvio Coelho Frota, permitiu-lhe instalar-se no décimo oitavo andar do PDC, novamente junto com o EMFA e com a concordância do seu Ministro-Chefe, General-de-Exército Antônio Jorge Correia.
Extinta a Comissão Mista Brasil-Estados Unidos, por ter sido denunciado o Acordo entre as duas nações no Governo Geisel, as instalações que ela ocupava, no décimo segundo andar do Palácio Duque de Caxias, foram transferidas com todo o mobiliário do órgão extinto para o Instituto. Oficializado esse ato pelo General-de-Divisão Geraldo de Araújo F. Braga, Comandante da 1ª Região Militar (BI/1ª RM n° 51, de 09.08.83), julgava o Instituto, agora sim, ter enfim a sua sede própria. E tratou de providenciar, dentro das suas limitações, as adaptações e melhorias requeridas pelas instalações. Entretanto, em 1996, o Ministério do Exército decidiu trazer de volta para o Rio de Janeiro seu Departamento de Ensino e Pesquisa, sendo o décimo-segundo andar requisitado para a Diretoria de Ensino Preparatório e Assistencial.
Ofereceram-lhe então, mediante convênio, transferir-se para o andar superior da Casa Histórica de Deodoro, ressuscitando uma possibilidade aventada, pela primeira vez, cinqüenta e nove anos atrás. Enquanto as adaptações necessárias e reparações do imóvel se realizavam, o Instituto viu-se compelido pela terceira vez a funcionar no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Assim, até que as obras solicitadas fossem concluídas, durante dois anos, 1996 e 1997, nele passaram a ter lugar as atividades culturais, e a sua secretaria foi instalada em dependência cedida pela Biblioteca do Exercito, que se dispôs também a guardar o seu acervo de material.
No dia 24 de março de 1998, a abertura do ano cultural do Instituto foi feita juntamente com a inauguração da nova sede na Casa Histórica de Deodoro. Com ela, punha-se fim a uma saga que durou um ano a mais do que sessenta.
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